Cultura na pandemia....
LAZIROCA: (Acorizal de lá pra cá) - Prof. Juvi Filho.
Segundo Rubens de Mendonça no início do século XIX, a região era habitada apenas por índios Bororo, que na região eram conhecidos como barbados.
As primeiras famílias de brancos chegaram a região movidos pela escassez de ouro e pelo acirramento dos conflitos políticos entre as oligarquias que disputavam o poder da Capitania, naquela época (1817), na teoria Vila Bela da Santíssima Trindade era a Capital, porém vários Capitães Generais da Capitania de Mato Grosso sediaram em Cuiabá e muitos nem mesmo foram a Vila Bela, e isto aumentava as tensões, surgiam grupos com ideais totalmente antagônicos, estava evidente que era questão de tempo a eclosão de um conflito armado; embora isto de fato só tenha ocorrido em 1834, com o episódio denominado RUSGA.
Os portugueses sentiam ameaçados em Cuiabá, embora eles possuíam as melhores casas de comércio e os melhores cargos, esta situação agora começava a mudar; pois era cada vez maior, o número de políticos locais que passavam a ocupar altos cargos do governo, também aumentava o número de jovens que iam estudar na corte ou na Europa, e vinham com a cabeça cheia de ideais revolucionários. Diante das circunstâncias muitos portugueses buscavam regiões cada vez mais distantes daquele alvoroço.
Conta-se à história que em 1917, duas famílias de portugueses fugindo da pressão política em Cuiabá, acabaram subindo a margem esquerda do rio Cuiabá, após alguns dias procurando um bom local para se arrancharem, encontraram um Córrego que desembocava no Cuiabá, (chamaram o córrego de Candonga) parecia ser ali um bom local; estas famílias traziam entre a bagagem à imagem de uma Santa e uma vaca que, auxiliava o sustento das crianças com o leite. Após alguns dias ali acampados, certo dia a vaca não apareceu de manhã, procuraram pelas redondezas e nada de encontrar, então preocupados com a falta que o animal faria as famílias, resolveram colocar a imagem no tronco de uma lixeira (árvore de cerrado), ali rezaram, pedindo para que a Santa ajudassem a encontrar a vaquinha. Já era no escurecer quando todos foram se deitar.
Quando acordaram na manhã seguinte, a vaquinha berrava pelo terreiro com os ubres cheios de leite, ao chegar ao tronco onde haviam deixado a imagem, perceberam brotos que a árvore havia soltado inesperadamente. Resolveram moldar uma vaquinha de barro e colocar ao pé da imagem que recebeu então o nome de NOSSA SENHORA DE BROTAS.
As terras férteis e a fartura de peixe do rio associado a tranquilidade do local, fez com que Brotas passasse a produzir viveres para ser vendidos a Cuiabá, estes eram transportado de garités e batelões. O contato com Cuiabá trouxe cada vez mais pessoas para morar em Brotas, os moradores construíram uma pequena capela para abrigar a Santa e poderem reunir para fazer suas orações. Os portugueses tentaram mudar o local da capela para um local mais alto, mais sempre quando já estava perto de concluir a construção caia e os construtores adoeciam, alguns até vieram a morrer, antepassados afirmam que a Santa havia mesmo escolhido aquele local para ficar.
Durante muito tempo Brotas esteve em destaque pois possuía canaviais que fornecia rapadura, açúcar de barro e aguardente. O Senhor Calixtro Nonato de Figueiredo, Seu Carlinhos como é conhecido guardava até pouco tempo, restos das maquinarias do engenho que pertencia ao Senhor seu pai Raimundo Nonato de Figueiredo. Também é dele a propriedade onde o engenho funcionava, conta-se que os engenhos da região empregava muitas pessoas; outro fator que impulsionou a região, foi o fato de que com o movimento da borracha, brotas se tornou um ponto obrigatório para os viajantes, aqui passava também todas as caravanas que vinham de Barra dos Bugres e outras regiões com destino a Cuiabá.
Para se ter uma ideia da importância que Brotas ganhou, em 1907, quando o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, partiu rumo ao norte com o projeto de instalação da linha Telegráfica de Cuiabá à Porto Velho, Brotas tornou-se posto telegráfico, com sua linha inaugurada em 15 de Agosto de 1907. Neste período já atuava na região o professor Pio de Souza Machado. Que lecionava em casebre sem condições, até que após a eleição de Antonio Paes de Barros, um emissário veio a Brotas e tomou conhecimento das condições em que trabalhava Pio Machado, então o excelentíssimo Senhor governador autorizou a compra de um prédio para servir com escola, seria este prédio atualmente a casa de seu Carlinhos, que após a passagem de Rondon passou e servir também com posto telegráfico.
A lei Provincial de 25 de Agosto de 1833, criou o distrito Paroquial de Nossa Senhora de Brotas, subordinado a freguesia de Nossa Senhora de Livramento. Neste período todo império enfrentava uma crise devido a recente abdicação de Dom Pedro I, e as disputas dos regentes substitutos, em Mato grosso não foram diferentes, faltava braço escravo para tocar a agricultura, começou aí a introdução da pecuária, ramo de atividade que podia desenvolver apenas com o trabalho da família, isso equilibrou um pouco a economia da região, que a partir daí foi aos poucos, introduzindo o trabalho assalariado.
Brotas veria ainda um outro pequeno momento de evidência, isto ocorreu com a extração de borracha no norte. Porém não durou muito.
A lei Nº 211, de 10 de maio de 1899, torna o distrito de Brotas dependente de Cuiabá.
A resolução Nº 229, de 8 de março de 1900, transfere brotas novamente para o município de livramento.
A lei Nº 380, de 27 e maio de 1903, subordina o distrito de Brotas ao município de Cuiabá, com designação de novos limites.
O Decreto-lei n° 208, de 26 de Outubro de 1938, altera a denominação de Brotas para ACORIZAL. A origem do nome Acorizal vem do coqueiro acori ou acoari, abundante na região.
Inicialmente a lei nº 1.064, de 30 de junho de 1938, criou o Distrito de Paz de Aldeia, no município de Cuiabá.
O Decreto-lei nº 145, de 29 de março de 1938, elevou Aldeia a categoria de Vila.
O Decreto-lei nº 208, de 26 de outubro de 1938, alterou a denominação de Aldeia para Alegrete.
Por fim , o Decreto-lei nº 545, de 31 dezembro de 1943, alterou a denominação de Alegrete para Engenho. Com a criação do Município de Acorizal, Engenho passou a ser Distrito do novo município.
A lei n° 663, de 10 de dezembro de 1953, retificou os limites dos Distritos Policiais de Acorizal, Aleixo e Baús.
A lei n° 691, de 12 de dezembro de 1953, de autoria do deputado estadual Lenine de Campos Póvoas, criou o Município de ACORIZAL:
“Artigo n°1 - fica criado o Município de Acorizal, constituído dos territórios dos atuais Distritos de Acorizal, Engenho e Jangada, que serão desmembrados de Cuiabá”.
“Artigo n° 2 - O Município de Acorizal terá por sede a atual vila de Acorizal e ficará constituído um termo da Comarca de Cuiabá”.
ADMINISTRAÇÕES:
Prof. Juvinilio Francisco Filho...(Juvi Filho).